IAutomatize

Alerta Vermelho: TuSimple (CreateAI) e Dados Sensíveis na China

A Controvérsia da TuSimple/CreateAI

A startup de caminhões autônomos TuSimple, recentemente rebatizada como CreateAI, encontra-se novamente no centro de uma controvérsia significativa. Segundo informações divulgadas pelo The Wall Street Journal e repercutidas pelo TechCrunch, a empresa teria transferido um volume substancial de dados sensíveis – essencialmente o projeto de um sistema de veículo autônomo desenvolvido nos Estados Unidos – para uma companhia estatal chinesa. Este envio teria ocorrido mesmo após a TuSimple ter se comprometido formalmente com o governo dos EUA, através de um acordo de segurança nacional, a cessar tais transferências para proteger informações estratégicas.

Transferências Suspeitas e Investigação

As transferências de dados para a Foton, uma fabricante chinesa de caminhões, teriam se iniciado por volta de fevereiro de 2022, curiosamente apenas uma semana após a TuSimple assinar o acordo que impunha a criação de barreiras para separar seus negócios e tecnologia de parceiros e funcionários localizados na China. De forma alarmante, o compartilhamento de informações confidenciais teria persistido até o prazo final de seis meses estipulado para o cumprimento integral do acordo. Uma investigação conduzida pelo Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA (CFIUS) concluiu, de maneira um tanto surpreendente, que o compartilhamento de dados não configurou uma violação técnica do acordo. No entanto, a TuSimple foi penalizada com uma multa de US$ 6 milhões por outras infrações, valor que foi pago sem que a empresa admitisse qualquer culpa.

Implicações para a Segurança Nacional e o Histórico da Empresa

Este incidente lança uma luz preocupante sobre as limitações e possíveis brechas nas salvaguardas implementadas pelos EUA, que visam conciliar a atração de investimento estrangeiro com a imperativa proteção da segurança nacional. A trajetória da TuSimple é marcada por polêmicas desde sua oferta pública inicial (IPO) em 2021, incluindo tentativas frustradas de transferir aproximadamente US$ 450 milhões para sua subsidiária na China e a recente e drástica mudança de seu foco de negócios para o desenvolvimento de animação por inteligência artificial, culminando na adoção da nova marca CreateAI. A empresa, que chegou a ser uma das pioneiras em realizar testes de direção completamente autônoma em rodovias públicas nos EUA, optou por encerrar suas operações americanas em meio a investigações federais sobre seus laços com a China.

Conexões Adicionais e o Alerta para Washington

O caso também reaviva discussões sobre a Hydron, uma startup chinesa de caminhões movidos a hidrogênio com conexões diretas com a TuSimple, que foi objeto da investigação do CFIUS em 2022. Documentos revelaram que, em 2021, a TuSimple intermediou um acordo entre a Hydron e a Foton (esta última, uma subsidiária de um conglomerado estatal chinesês com parcerias com universidades militares chinesas para o desenvolvimento de tecnologia de veículos autônomos) para a criação de caminhões autônomos. Durante este processo, foram enviadas instruções técnicas detalhadas e até mesmo código-fonte. Todo este histórico serve como um contundente alerta para Washington, acelerando a implementação de regulamentações mais estritas para acordos tecnológicos envolvendo entidades chinesas e fomentando um movimento mais amplo para bloquear transações consideradas de alto risco. A situação da TuSimple/CreateAI exemplifica vividamente os complexos desafios e perigos inerentes à acirrada competição tecnológica global e à proteção de segredos industriais e de segurança nacional.

Fonte: TechCrunch